segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Representar Portugal

À semelhança das eleições europeias, em que todos ganham e aparentemente só o PS é que perde, julgo que estamos perante um resultado eleitoral, em que quem perde é o país...
Compreendo que a ala da direita, até goste mais deste resultado, no entanto existe uma salvaguarda em que devemos reflectir sob pena de não se discutir aquilo que é importante: A importância da maioria absoluta para uma governação estável.
A razão deste meu post vai nesse sentido, uma vez que, não consigo entender, que um resultado eleitoral, para além de ter vários vencedores não promove a reunião de consensos para o futuro do país. Seja PS, PSD, CDS-PP, BE ou CDU... o rumo que cada um pretende dar a Portugal tem prioridades diferentes, mas que em vez de discutirem Portugal, centram os discursos na adversidade política. Não existe, no actual estado da arte, no panorama político, uma intenção clara para promover o diálogo para a criação de sinergias partidárias em que se geram convergências para o futuro. Esta é a minha principal preocupação. Portugal não consegue ser governado sem maiorias, e este é pura-simplesmente o facto. É preciso pensar o país de forma séria, sem olhar para a côr da camisola e sem apontar dedos.
Quanto tempo acham que vai durar este governo? Não vai com certeza durar 4 anos (oxalá me provem o contrário) e o que mais me assusta é que um projecto de governação para 2 anos para além de insuficiente, corre o risco de num futuro a curto-prazo, criar ainda mais dificuldades a um país que se quer competitivo. Sofremos claramente do síndrome do império romano, em que não governamos nem nos deixamos ser governados.
Para contrariar esta situação é inequívoco que a direita terá que assumir um papel de elevada responsabilidade na aprovação de algumas medidas, cooperando com o governo que será formado. Teremos que seguir uma abordagem muito semelhante à alemã, que para estas próximas eleições, o SPD convocou um congresso extraordinário para se discutir, no seio do partido qual a coligação para governar, caso não haja maioria. Isto para além de demonstrar uma enorme transparência para com o eleitorado, demonstra uma enorme vontade de fazer um país avançar.
Julgo que essa é a grande vantagem da nossa geração e é uma esperança minha para o futuro. Apesar da côr das camisolas que orgulhosamente gostamos de exibir, entre nós existirá sempre o bom senso de prevenir "cambalachos" políticos e promover o bom nome do país que nos elege. Para o Gonçalo Godinho, que nestas coisas está mais involvido que qualquer um de nós, estou certo que terá uma visão desinteressada da política, na perspectiva do oportunismo a que assistimos no meio que nos envolve. Sejamos orgulhosos mas nem tanto!
Somos chamados para representar a vontade do povo e como tal mostrar a nossa preocupação com o destino de Portugal, em vez de entrar em "rodriguinhos" sobre o que um fez, ou faz...


Deixo-vos aqui esta pequeno desabafo, sem quaisquer conotações políticas, e dando algum caractér de isenção a um blog que se prepara para duas tórridas semanas de campanha autárquica...

Um abraço,



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