segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Padeirada "Manuelina"

A acção politica de Manuela Ferreira Leite na campanha para as próximas eleições legislativas decorre de um conjunto de argumentos, que à medida que o tempo passa vão desgastando uma candidata que se julga na eminência de ser governo.

Existem algumas pérolas de sapiência sobre as quais vale a pena reflectir, sob pena de não se entender uma mensagem eleitoral, à boa maneira “Salazarista”...

Começando com a pressão exercida por parte dos “amigos espanhóis”, assim como a ideia de que o TGV é um favor a Espanha por causa de fundos comunitários, a ideia de que Portugal “...não é uma província espanhola.”, e de que está pronta para governar com um governo minoritário porque Portugal não precisa de uma maioria parlamentar para ter uma acção governativa estável, deixam transparecer alguma falta de lucidez democrática.

Relativamente à relação com Espanha, e sabendo que o nosso mercado de exportações é maioritariamente o espanhol, que Portugal e Espanha juntos constituem a Ibéria e de que Portugal faz parte de um projecto europeu conjunto, resta saber se Manuela Ferreira Leite vai adoptar uma política de “Orgulhosamente sós!!”. Não consigo entender, como é que alguém que se revê como detentora de tanta Verdade, pode fazer um debate eleitoral tendo a filosofia de um taxista “ressaibiado” como pano de fundo, que deixa Portugal mais periférico e mais afastado da Europa. Voltámos aos tempos de Aljubarrota, em que os espanhóis eram vistos como uma ameaça e não como um aliado que hoje, em conjunto, ajuda a promover a aproximação de Portugal com a Europa e o Mundo. A gravidade destes comentários são o reflexo de quem não tem ideias nem projectos para um país que nos últimos quatro anos sedimentou relações com parceiros estratégicos, promovendo a formação de clusters, apostando nas energias renováveis, solidificando as contas do estado e com a ambição de tornar o sistema de saúde, judicial e de ensino mais eficazes. Um governo que se preocupou com as acção social com o programa PARES, com o complemento social para idosos e com o aumento do salário mínimo, sem esquecer o apoio às PMEs e à criação de 130.000 postos de trabalho. As criticas de Manuela Ferreira Leite, já só passam pela medida temporal da tomada de decisão, porque é difícil contrariar quem na Verdade fez bem por Portugal.

No entanto, e deixando os “nuestros irmanos”, parece-me ainda mais grave que Manuela Ferreira Leite, tenha dito que governará com um governo minoritário. Aqui algumas respostas ficaram por dar... Como é que se reforma sem maioria e sem coligações? Estará Manuela Ferreira Leite preparada para aprovar leis sem ouvir o Parlamento? São perguntas que me suscitam alguma preocupação, porque quando se pensa que se é detentor da Verdade e se dá o governo regional da Madeira como um exemplo de democracia deixam o barómetro das intenções politicas a roçar o limite do aceitável... É tudo demasiado disparatado e gasto no discurso de Manuela Ferreira Leite, que em nada se prendem com um país democrático e tolerante que tem a ambição e a capacidade de ser ainda melhor.

A Verdade por vezes custa, mas a Verdade é que José Sócrates é o único com capacidades de fazer o país AVANÇAR!

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