quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Mais um rosto de seriedade e política de verdade...

Pegando um pouco num tema que tem sido falado nos últimos tempos, aproveito para deixar aqui alguns pensamentos acerca daquele que é suposto ser o Presidente de todos os portugueses, embora se comporte como Presidente de apenas 30% (e estou a ser optimista na percentagem). Não que ache, como o Bernardo, por exemplo, que o carácter da classe política (pseudo)socialista seja particularmente superior: bastaria uma olhadela rápida ao CV do Primeiro-ministro ou uma revisão do tratamento dispensado a Manuel Alegre nos últimos 4 anos.

Ora, nada como começar pela Constituição:

Artigo 120.º O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.

Se bem me lembro:

- o Cavaco foi o PR que decidiu fazer uma comunicação ao país para mandar vir relativamente ao novo diploma sobre os Açores, mas NUNCA teve uma palavra acerca do que se passa na Madeira, nunca achou estranho que se impedisse um deputado de entrar no parlamento regional e acedeu alegremente ao pedido de não realização de uma sessão solene, dado que aquilo era ocupado por um "bando de loucos";

- o Cavaco foi o senhor que foi extremamente rápido a falar dos cornos do Pinho, dizendo que "o respeito pelas instituições é um princípio sagrado da democracia", mas não largou um pio quando um deputado do PSD mandou outro para "o caralho";

- o Cavaco foi o indivíduo que se aprestou a afirmar que "deve existir transparência e ética nos negócios" ao referir-se ao assunto PT/Media Capital; curiosamente, nunca achou que devia demitir o Dias Loureiro no âmbito da mesma filosofia de ética, quiçá porque achou que as contradições do senhor seriam, sei lá, decorrentes de um processo de demência avançada;

- cereja no topo do bolo: sabe-se agora que o excelentíssimo PR andou a fazer publicar notícias falsas sobre escutas, de longe o acto mais grave para alguém com as suas responsabilidades.

Resumo: falta alguma coisa para que seja perfeitamente evidente que o senhor é absolutamente incapaz de zelar pelo bom funcionamento das instituições democráticas? Que é uma vergonha para o cargo que ocupa? Que, não sendo possível forçar a sua demissão, é importantíssimo que não seja reeleito e prolongue esta vergonha para a democracia portuguesa?

P.S. Fora de tópico: Bernardo, por acaso serás o Bernardo Simões que eu conheço dos meus tempos de liceu em Viseu?

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